Olá!

Hoje quero partilhar convosco um texto lindíssimo que li, é um texto que fala sobre perdas.
Quando os nossos filhos perdem um grande amor, nós também perdemos… ficamos privados de continuar um relacionamento que aprendemos a respeitar, a apreciar e a amar.
Umas perdas serão mais sentidas que outras, algumas permanecerão em nós para sempre.
FILHOS EMPRESTADOS
“Quando uma história de amor chega ao fim e algumas inevitavelmente chegam, chegam ao fim também os relacionamentos que se estabeleceram por intermédio do casal. Aqueles cujo convívio foi-se estreitando, se aprofundando, na mesma medida do bem-querer entre o par. E que agora, no momento da separação, são obrigados a se romper junto com ela. Estou falando dos relacionamentos que, como pais, nos impomos por amor aos filhos: acolher aquele ou aquela a quem eles escolheram para uma vida a dois.
Quando se tem um genro ou uma nora a quem se quer bem, é como se a vida nos emprestasse um novo filho, uma possibilidade de amar o já criado, assim como é, assim como chegou, sem ter de submetê-lo a alguma disciplina ou educação. Aos poucos vão-se achegando à nossa mesa, se esparramando em nosso sofá, se integrando à nossa paisagem familiar. Quando se vê, fizeram morada em nosso coração.
Os mais espiritualizados dirão que estamos aqui de passagem e que vivemos permanentemente desses “empréstimos”. O que, em outras palavras, quer dizer que Heráclito estava certíssimo: Panta Rei. Tudo muda. Tudo flui. Sabemos disso, sabemos que afectos vêm e vão, e que todo “olá” é o começo de um novo “adeus”. E sabê-lo deveria tornar mais fáceis, ou ao menos mais aceitáveis, as despedidas. Mas no espaço entre saber e aceitar cabe um universo de sentimentos e sensações.
No entanto, é preciso aceitar. Aceitar que quando um casal se desfaz, se desfaz também a convivência com os familiares e amigos que orbitavam em torno dos dois. Subitamente ficamos interditados, privados de dar continuidade a esse convívio, impedidos de colocar o prato à mesa, de ceder prazeirosamente o lugar no sofá. Somos convocados a reinventar uma já tão familiar paisagem.
Por isso, quando a história de amor que chega ao fim é a de nossos filhos, sofremos duplamente: por eles e por nós. Na casa e na vida, haverá certas ausências que serão mais sentidas do que outras, haverá ausências que passarão a habitar em nós. Afinal, este é o material de que somos feitos: afecto.
Que ao final da história, tenhamos aprendido juntamente com os filhos, os nossos e os emprestados tão somente a amar com mais fervor, com mais entrega, e com menos expectativas. Que ao final da história, reste apenas a lição do escritor que tem no sobrenome a força e a sensibilidade da palavra Mãe: “Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz.”
Cris Zanferrari
Identifiquei-me com este texto, talvez por ser mãe de dois jovens adultos, que começam a viver as suas grandes histórias de amor.
Uma agradável terça-feira para si.
Maria José
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