Olá a todas!
Hoje vou falar da menopausa, não vou falar de afrontamentos, de insónias, ansiedade, de alterações de humor, vou referir como este acontecimento, modifica a forma de encararmos a nossa vida, a imagem de nós próprias.
Embora se saiba que ela vai surgir, a menopausa é sempre uma surpresa, atinge-nos na força da idade, quando nos encontramos cheias de vida e energia, ela emerge a informar que o nosso tempo mudou.
Provocando sobretudo a percepção da finitude do tempo.
Tem o cuidado de informar cada célula do nosso corpo e aí algo morre em nós, pois entramos na época do “nunca mais”, nunca mais geramos filhos, nunca mais o nosso corpo será o mesmo, nunca mais seremos a rapariguinha que se punha em bicos de pé para se olhar ao espelho.
Daí a necessidade de um período de espera, de adaptação, para fazer o luto, para aceitar a ideia do “nunca mais”.
Se para algumas mulheres a menopausa é um fenómeno natural e basta apenas deixar fluir, para outras, causa considerações na sua própria história, na sua imagem, na afectividade, nas relações familiares e profissionais.
Porém a menopausa, longe de ser uma doença é antes de mais um período de análise, de reflexão, é um degrau na nossa existência e na nossa feminilidade.
Porque a nossa expectativa de vida é longa, temos que atribuir um novo significado ao tempo, e utilizar este tempo para nós próprias, temos que nos virar para esta qualquer coisa em nós, que não envelhece, a nossa identidade, a pessoa que sempre fomos, e reencontrar, recriar, reinventar essa tal rapariguinha que se olhava ao espelho, mas agora sem necessidade de se pôr em bicos de pés, porque simplesmente está… mais crescida.
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